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Consciência Mulata.* José Luiz de Carvalho (Poema em Versos Livres)

Consciência Mulata.

Nas paredes de pedra, o sangue, o suor, as lágrimas,

Sedimentos de uma história de correntes rompidas,

Óleo de baleia, cal – testemunhas de uma luta pela liberdade.

 

Agora, os sons, os movimentos, os risos,

Afogam as memórias de dor.

No restaurante, o sabor salgado ascende,

Num presente onde a alegria sufoca o passado.

 

O voo do tempo, corações efervescentes,

Sonhos embalados por ritmos pulsantes.

Olhares se elevam à lua, ao arco noturno da ponte,

À ilha que se oculta e se revela sob o manto celeste.

 

O poeta, com seu whisky, observa o límpido da vida,

Um fluxo incessante de eras e almas.

A linhagem mulata, mosaico de peles,

“Consciência negra”, essência clara,

Livre do fardo da culpa, carrega a riqueza do ser.

 

Viagem longa, o barco da existência,

África, mãe distante,

Teu eco ressoa em nós, eternamente presente.

Poeta e Jornalista Piauiense – Porto das Barcas – Parnaíba – PI (23.11.2023).

Foto:  Biologia Parnaíba

Para o meu amigo Pádua Marques.

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